top of page

Depois do Horizonte

Revista Overland Portugal
Revista Overland Portugal

Revista Overland Portugal

9 de outubro de 2021

Entrevista

entrevista, mundo, 4wd

"É difícil antecipar uma conversa mais interessante do que com alguém que persiste em dar voltas ao mundo, viajando de moto, jipe ou camião. Assim é Christopher, nómada por opção."

"Christopher Many é o autor do best-sellerLeft Beyond the Horizon – A Land Rover Odyssey” (nome original). Nasceu em 1970 na cidade de Nova Iorque, filho de pai americano e mãe alemã. Teve uma infância a brincar nas ruas sem árvores, ensombradas pelos arranha-céus da “Big Apple”. Era nas férias que corria solto pela floresta, dormia nos montes de feno e cavalgava as vacas, quando a mãe o levava à Alemanha ou à Suécia para visitar a família. Podemos imaginar onde se sentiria melhor...


Gene nómada

Com 11 anos volta com a mãe para a Europa, onde aguça a vontade de descobrir o que existe “depois do horizonte”. A irrequieta criança desde sempre teve uma habilidade enervante de quebrar as regras convencionais e seguir os próprios sonhos. Entre os 18 e 26 anos morou em autocaravanas, perto de um estaleiro na Baviera onde trabalhou como construtor de barcos de madeira. Deixou o emprego em 1997, vendeu todos os pertences e comprou a “Puck”, assim apelidou a Yamaha Ténéré 660. “Cedo parti da Alemanha para chegar à Nova Zelândia, via Índia” conta-nos Christopher, numa conversa animada com a revista Overland Portugal. “A viagem deveria durar apenas um ou dois anos, mas passaram 24 e ainda estou a dar voltas ao mundo.

Não sei dizer como e quando começou o meu gosto por viagens“, prossegue. “O desejo de explorar o mundo ou surge no meio de experiências ou se nasce com ele.” Cientistas em genética molecular no Max Planck estudam a genética comportamental e acreditam existir um gene “nómada”, a mutação hereditária DRD4-7R, ligada à curiosidade e à inquietude. Um em cada cinco humanos tê-lo-ão e Chris acredita ser um deles.

Nenhum gene sozinho será responsável pela nossa personalidade e comportamento. Para ele, foram vários os factores que contribuíram para a sua inquietação. Aos 12 anos, forrava as paredes do quarto com mapas e nas estantes alinhavam-se os livros de aventura de Jack London e Bruce Chatwin. Já em adolescente sonhava com viagens, seguindo os passos do autor da famosa frase “Dr. Livingstone, I presume?”, Henry Morton Stanley, na expedição em África descendo até a nascente do Nilo. “Eu sonhava em cruzar o Sahara e escalar o pico mais alto de todos os países”, revela-nos."

(excerto)

Outros artigos publicados

bottom of page